quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Níveis da linguagem

O uso que cada falante faz da língua varia segundo o seu grau de instrução, a idade, a região em que vive e a situação em que ocorre o ato da fala. Por exemplo, uma mesma pessoa, dependendo do meio em que se encontra, das pessoas com quem se comunica, usará diferentes níveis de linguagem. Daí existirem dois tipos de língua: falada e escrita.

A LÍNGUA FALADA pode ser: culta,vulgar, regional e grupal ( técnica e gíria)

Língua culta - É a língua falada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Obedece a gramática da língua-padrão. É mais restrita pois representa privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes.

Língua vulgar - É própria das pessoas sem instrução. Infringe totalmente as convenções gramaticais.

Língua regional – Está diretamente ligada às regiões geográficas. Tem um patrimônio vocabular próprio, típico de cada região.

Língua grupal – É aquela própria de grupos fechados, pode ser de natureza social, ou etária, etc. Classifica-se em¨técnica e gíria¨.
Técnica – própria das ciências e das profissões.
Gíria – própria de grupos fechados.
Obs: quando a gíria é grosseira recebe o nome de calão.
Obs: algumas gírias se incorporam ao léxico, dando origem a palavras derivadas, é o caso de 'dedo- duro' que deu origem a 'dedurar'.

Língua-padrão – É aquela que obedece a todos os parâmetros gramaticais.

Língua literária - É o instrumento usado pelos escritores. Cometem infrações gramaticais diferentes de erros cometidos por leigos.

Observação: É importante saber que o fato de existirem vários níveis de linguagem não significa que um é melhor que outro. O que importa considerar é a adequação do nível à situação em que se produz o ato da fala. O conhecimento desses vários níveis favorece uma pessoa, pois a torna capaz de se comunicar bem com diferentes interlocutores e em situações mais diversas.

De acordo com Vanoy (1993), a língua falada e a língua escrita não marcam, do mesmo modo, certos traços. A língua falada

- Recorre mais às onomatopeias, às exclamações.
- Há abundante repetição de palavras
- Apresenta grande ocorrência de anacolutos ou rupturas de construção: a frase desvia-se de sua trajetória; o complemento esperado não aparece, a frase parte em outra direção,
- Apresenta frase inacabadas
- Emprega formas contraídas
- Emprega pouco – ou não emprega – certos tempos verbais
- Suprime certas construções -> relativas com cujo, por exemplo
- Emprega os dêiticos de forma pragmática

A LÍNGUA ESCRITA:

- É menos econômica
- É mais precisa
- O emissor faz referências mais precisas à situação

Recursos de expressividade na escrita:
- Representação aproximada da forma como algo é pronunciado
- Emprego do estilo direto
- Uso de indicações suplementares, para marcar os interlocutores, por exemplo:disse ele, disse ela, respondeu ele, exclamou ela...
- Explicitação (ou descrição) dos acentos de intensidade, das pausas, das mímicas, dos gestos:

• "Não!", exclamou ela batendo com os punhos na mesa
• "Não", disse com uma voz fraca
• "Não", disse ele após um minuto de silêncio
• "Não", murmurou ele empalidecendo ...
- emprego da pontuação

> Função Lógica: Recortando o discurso e evitando erros de interpretação; indicando as pausas, a melodia da frase,
> Função Expressiva: Indicar interrogações, exclamações, reticências, ...

A FALA POPULAR NA LITERATURA
O registro da fala popular na literatura tem sido largamente empregado como forma de atribuir expressividade e veracidade ao texto. Na década de 30, por exemplo, quando os escritores propunham uma literatura engajada e realista, o aproveitamento do nível coloquial, pela transcrição dos falares regionais, foi elemento fundamental para o sucesso do romance brasileiro.

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