quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Retextualização

Sabemos que as diferenças entre o texto falado e o texto escrito são diversas. Entretanto, estigmatizar como errôneo, caótico ou informal o texto falado não é uma atitude correta. Assim como o texto escrito não necessariamente segue normas (como exemplo temos uma poesia ou uma música), o texto falado pode sim estar de acordo com as leis gramaticais e a norma padrão da lingua. Uma forma de transformar o texto falado em escrito, e vice-versa, é a retextualização. Atitudes do cotidiano, como anotar uma aula ou contar a alguém sobre uma notícia encontrada em um jornal é uma forma de retextualizar um texto. Mas é importante ressaltar que a retextualização deve ser uma transcrição fidedigna do texto original. Nela, operações de substituição, seleção, acréscimo, reordenação e condensação devem auxiliar o documentador em seu trabalho.
Como um exemplo de retextualização,segue abaixo a música Tiro ao Álvaro, de Adoniran Barbosa, e sua retextualização.

Original
De tanto levar frexada do teu olhar…  
meu peito até, parece sabe o quê,
 táubua de tiro ao Álvaro,
não tem mais onde furar…
 Não tem mais…
 táubua de tiro ao Álvaro,
 não tem mais onde furar…
Seu olhar, mata mais do que bala de carabina  
 que veneno estricnina
 que peixeira de baiano
 teu olhar mata mais que atropelamento de automóver
 mata mais que bala de revórver… 
 Retextualização 
De tanto levar flechada do teu olhar
Sabe o que meu peito parece?
Tábua de tiro ao alvo
Não tem mais onde furar...
Não tem mais…
Seu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno estricnina
Que peixeira de baiano
Teu olhar mata mais que atropelamento de automóvel
Mata mais que bala de revólver…


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